Guardados
Eu guardo em armários, nas gavetas,
Retratos de amigos e meus rebentos.
Lembranças, os meus livros, as canetas,
E tudo que recorda meus eventos
Meus discos e meus versos, bons momentos,
Alguns quadros a óleo ou nankim.
Relógios que fascinam qual o tempo,
Eterno, mas que é pouco para mim
Escondo, dentro em mim e deste mundo
As dores que guardadas e reprimidas,
Ocultas em recôndito profundo,
Contudo que, jamais, são esquecidas.
Se guardo minhas mágoas, solitário,
As lembram os guardados nos armários.
Manoel Virgílio
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