Sonetos, Forma de Expressão

Sonetos, Forma de Expressão

Manoel Virgílio

Sonetos, minha forma de expressão,

pois digo o que penso nos seus versos.

Os temas que eu ponho em discussão,

vão eles sendo, sempre, mui diversos.

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São temas se, por vezes, bem românticos,

às vezes, entretanto, são políticos.

Porém, são vários, sempre, os meus cânticos

de cunho cultural, também, artísticos.

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E, neles, também verso aos meus amigos,

dizendo o que por eles sempre sinto.

Sincero, se elogio, eu não minto.

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É hábito que já me vai antigo,

Fazer de meus arautos, os sonetos.

Dizer que sou poeta… não me meto.

Guardados

Guardados

Manoel Virgílio

Eu guardo nos armários, nas gavetas,

retratos dos amigos e rebentos.

Lembranças, os meus livros, as canetas

e tudo que recorda meus eventos.

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Meus discos e meus versos, bons momentos,

alguns quadros a óleo ou nanquim.

Relógios me fascinam qual o tempo

que é eterno, mas que é pouco para mim!

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Escondo, dentro em mim e deste mundo,

as dores que inda guardo e reprimidas,

Ocultas em recôndito profundo,

contudo que, jamais, são esquecidas.

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Se guardo minhas mágoas, solitário,

as lembram, os guardados nos armários.

Passeio matinal

Meu Passeio Matinal

Manoel Virgílio

Eu saio todos dias, nas manhãs,

E vou ao “Mandarim” tomar café.

Café e caminhar são coisas sãs

E, p’ra minha saúde, me dão fé.

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Passada sempre dou na loteria

E faço uma “fezinha” numa sena.

Quem sabe não me vem uma alegria

E mais um milionário entra em cena.

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Ajudo, sempre, a um pobre e vou-me embora,

porque isto me faz bem e me traz gosto.

Sonhar me faz feliz em todas horas,

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pois, p’ra ser feliz, não se paga imposto.

Eu volto caminhando satisfeito,

pois sei que meu passeio foi perfeito.

Ideias Vivem

Ideias Vivem
Manoel Virgílio

Em cada uma das coisas que nós vemos,

ideias ali existem de pessoas.

A vida nós sabemos que perdemos

a ideia permanece, pois ressoa.

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Ressoa em cada verso do poeta,

nas telas dos pintores, sempre, vivas.

Ressoa de um trabalho ou de uma meta,

razão de ser a vida tão ativa.

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Aquele que, aqui, não deixar um nada,

um verso, uma pintura, uma escultura,

um filho que é, de si, a criatura,

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jamais terá su’alma destacada,

pois nada, em suas mãos, enfim, cresceu;

assim, de corpo e d’alma, esse morreu!

Não é Soneto

Não É Soneto

Manoel Virgílio

Soneto ele parece, não é não!

A forma até que a tem em perfeição.

Quatorze são seus versos no total,
mas falta, a ser soneto, algo… afinal!

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Quartetos ele tem – correto – dois;

Tercetos, também dois, que vêm depois.

As rimas são, algumas, alternadas,

mas, outras, elas são emparelhadas.

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Exigem todos versos, com certeza,

do autor, muito talento, arte e beleza

e o tema defendendo uma mensagem.

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Não basta p’ra um soneto esta bagagem:

além da boa forma em sua técnica,

também é necessária a boa métrica.

Novembro

Novembro

Manoel Virgílio

Novembro, Todos Santos, comemora,

República, lembrada bem à hora

em que, corrupção, é um desconforto.

Também, vai homenagem a quem é morto.

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Zumbi que , sempre, traz a consciência,

p’ra quem, direito humano, tem valência.

E segue essa Bandeira tão querida

que é símbolo de coisas esquecidas.

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O verde que é das matas fica rubro

no fogo que destrói, impiedoso,

aquilo que nos deu, Deus, poderoso.

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Mas o ouro, do amarelo, eu descubro,

que sai do bolso pobre que trabalha

e vai p’ra o do discurso, que atrapalha!

Futuro Não Existe

Futuro Não Existe!

Manoel Virgílio

Futuro, tão somente, é uma esperança

que segue à nossa frente; não se alcança!

Assim, sempre, atrás dele caminhamos,

jamais, nesta jornada, avançamos.

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Será possível ver nosso futuro?

Passado já se foi, pulou-se o muro,

Ninguém sabe o amanhã, que enfim terá,

presente é que se tem, se viverá.

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Futuro é fantasia, não existe,

porque a realizar é impossível:

quimera que ao presente o torna triste.

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Passado para sempre está ausente,

futuro não será, nunca, atingível.

A vida se resume no presente!